A história nova é uma corrente historiográfica nascida nos anos
1970 na França, a partir de novas abordagens e estudos que contaram
com a forte influência de Jacques Lê Goff tendo como forte
contribuinte a revista dos Annales.
Para Peter Burke,
descrever o que é a história nova é uma tarefa árdua para isso
ele começa por descrever o que não é história nova, utilizando-se
de seis pontos que apontam os contrastes existentes entre a antiga e
a nova história.
- A história tradicional sempre se preocupou com a história internacional e nacional, deixando de lado a regional. Outro fenômeno a ser considerado é o da política como formadora de história onde segundo o catredático de história Sir John Seeley: “ História é a política passada, política é a história presente”. Em contradição com a história tradicional a história nova considera toda atividade humana como parte da história.
- A história tradicional preocupa-se com a produção de uma história factual. Para a história nova o mais importante são as estruturas que permeiam essas transformações e a análise dos mais diversos personagens.
- A história tradicional é vista do alto, ou seja, a partir dos grandes políticos, militares e estadistas desconsiderando a história de personagens comuns. Já a história nova preocupa-se com a história vista de baixo, considerando as opiniões de pessoas comuns como parte da história.
- A história tradicional utiliza-se de fontes e registros oficiais considerando essas como evidências seguras para a história, utilizando-se também de dados quantitativos atingindo seu ápice por volta dos anos 50 e 60. A história nova nos propõe uma visão que possibilita o uso de outras evidências que possam contribuir para a história como as fontes praia e visuais. Considerando a história antes da escrita.
- A história tradicional busca pela verdade ou uma versão exata dos fatos. Já a história nova considera as versões que aproximam da verdade e das que se distanciam ou não da verdade.
- A história tradicional utiliza-se da história objetiva, capaz de relatar um fato como ele realmente ocorreu. Para a história nova, existe um relativismo cultural presente nas atividades humanas e própria escrita da história.
O descontentamento com a história tradicional já era evidente há
alguns períodos da história. Acredita-se inclusive que a Escola dos
Annales foi uma grande contribuinte para essa corrente de forma
positiva através da propagação de sua posição. Porém Peter
Burke retorna ao tempo por volta de 50 anos a.c onde o historiador
grego Políbio denunciou o que pra ele seria um método retórico. O
que Burke quer dizer é que os historiadores já tratavam a história
de forma tradicional e não havia um confronto direto com a escrita
da história naquela época.
Embora a História nova tenha um grande protagonismo nessa nova
corrente onde aqueles que sempre tiveram suas vozes silenciadas agora
passam a ter papel fundamental para a produção historiográfica é
preciso atentar-se também as problemáticas que surgiram com essa
nova metodologia. Segue a baixo um curto vídeo de um Slide produzido
pela Dr. Susane Rodrigues de Oliveira abordando os principais
problemas da história nova.
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