O texto coloca em questão o papel da narrativa dos acontecimentos para a escrita da história onde no decorrer dos últimos séculos a importância dos acontecimentos transitaram entre o papel principal e o pano de fundo dos livros de história.
A partir do século XX, os acontecimentos passaram a ter papel secundário na produção historiográfica o que fez com que os historiadores tivessem de reinventar a narrativa. Os historiadores estruturais não podem ignorar por completo a narrativa visto que, o problema não está na narrativa e sim no modelo narrativo usado pelos historiadores que deve ser ampliado para abordar a descrição e sua análise estrutural.
Os historiadores estruturais defendem que a narrativa tradicional passa por cima de aspectos importantes do passado que ela é incapazes de conciliar desde a estrutura econômica e social até às experiências vividas por pessoas comuns. Logo, se faz necessária a aproximação entre a escrita literária e a escrita histórica para atingir o objetivo dos historiadores.
O trabalho do historiador não poderá se resumir a exercícios retóricos que interpretem os textos e não os acontecimentos. O leitor deverá ter a consciência do caráter interpretativo da escrita da história para que os métodos narrativos influenciem a interpretação do leitor na percepção do caráter parcial do trabalho historiográfico.
Peter Burke afirma que o estabelecimento da narrativa deve ultrapassar uma oposição entre os acontecimentos e as estruturas estabelecendo uma relação dialética em que os acontecimentos e estruturas se expliquem mutuamente.
Segue a baixo algumas inovações utilizadas pelos historiadores que visam solucionar alguns problemas que eles vem enfrentando na modernidade:
A possibilidade de tornar as guerras civis e outros conflitos mais inteligíveis, seguindo o modelo romancista que contam histórias a partir de mais de um ponto de vista. Logo esse exercício tem por objetivo estabelecer as diferenças entre os mais variados pontos de vista.
Cada vez mais historiadores passam a perceber que seu trabalho não reproduz o que realmente aconteceu tanto quanto o representa de um ponto de vista particular. Portanto eles precisam nadar com a corrente dos acontecimentos e analisar esses acontecimentos da posição de um observador mais informado combinando os dois métodos para produzir uma aparência de homogeneidade, sem que a narrativa fique de lado.
- Um novo tipo de narrativa poderia, melhor que as antigas, fazer frente às demandas dos historiadores estruturais, ao mesmo tempo que apresentam um sentido melhor do fluxo do tempo do que fazem em suas análises.
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